Tradução do texto de Kang Seung-Woo originalmente postado no The Korea Times.
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A vigilância estatal de direitos humanos da Coréia do Sul adicionou a opção de gêneros não binários em documentos oficiais de petição em um movimento para abraçar pessoas LGBT.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos da Coréia (NHRCK) será a primeira organização a oferecer a opção de gêneros neutros em documentos oficiais.
“Depois de recentemente receber uma petição para que pessoas tenham a permissão de selecionar uma terceira opção de gênero em documentos, o departamento responsável fez a sua revisão e concluiu que era possível essa permissão”, disseram os oficiais da NHRCK.
“Nós estamos agora trabalhando para mudar os nossos formulários de petição para refletir essa decisão, e novos documentos estarão disponíveis depois de alguns meses”.
Aqueles que entravam com uma petição para a comissão deveriam identificar-se como homem, mulher, homem trans ou mulher trans em suas inscrições.
“Nós aceitamos os pedidos das petições de que poderiam existir mais do que quatro opções”, o oficial afirmou.
Porém, a comissão possivelmente será o único corpo governamental a ter a opção para gêneros não binários porque ela não tem nenhum plano atualmente de recomendar essa mudança para outros corpos oficiais.
“Nós ainda iremos discutir se iremos fazer a recomendação da implementação se recebermos uma petição relevante”, disse o oficial.
Além disso, a NHRCK está considerando expandir a opção para gêneros não binários para outros documentos que requerem identificação de gênero além dos formulários de petição.
A mudança veio depois que a comunidade LGBT local, a Trans Liberation Front, apresentou essa questão no dia 27 de março.
“Apesar da NHRCK tem opções divididas em dois gêneros – masculino e feminino, elee não corresponde ao seu principal objetivo de proteger os direitos humanos e lidar com o abuso de direitos”, o grupo afirmou.
Muitos da comunidade LGBT demandaram que a classificação binária fosse abolida ao redor do mundo, e eles insistiram que junto dos gêneros masculinos e femininos, existam também gêneros trans não binários.
Em muitos países a opção de gêneros não binários permitem que as pessoas marquem X assim como masculino ou feminino como os seus gêneros.
Alemanha, Canada, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Paquistão e alguns estados dos Estados Unidos permitem que pessoas se identifiquem como não binárias em documentos governamentais. Os Países Baixos e a Áustria estão também considerando fazer o mesmo.
Apesar da decisão da comissão, a Coréia ainda tem um longo caminho pela frente para que pessoas LGBT sejam aceitas pela maioria pública.
De acordo com o relatório da Organização pela Co-operação Econômica e de Desenvolvimento (OECD), a Coréia do Sul era a quarta pior colocada em termos de inclusão de pessoas LGBT.
No relatório, que foi realizado entre 2001 e 2014, a Coréia marcou 2,8 pontos, na frente somente da Turquia (1,6), Lituânia (2) e Lativia (2,4).
A média da OECD era de 5,1 pontos. O Japão marcou 4,8 pontos, e os Estados Unidos e o Canadá marcaram 5 pontos e 5,7 pontos respectivamente.
“A Coréia está ficando para trás em comparação com a média da OECD na questão da aceitação da homossexualidade”, disse a OECD. “A baixa aceitação de pessoas LGBT coloca eles em alto risco de discriminação”.
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Matéria original (Em inglês): Human rights watchdog recognizes third gender in official document
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