Tradução do texto de Rik Glauert originalmente postado no Gay Star News.
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Uma escola da Malásia emitiu um pedido de desculpas por ter imprimido detalhes de um programa de conversão no anuário da escola.
O artigo usava o termo derrogatório “kunyit” para se referir a homossexuais e incluía as fotos dos meninos que participaram do programa.
Os internautas compartilharam essas fotos por toda a internet. Juntando tanto comentários contra a escola como comentários a parabenizando.
O diretor regional de educação, Mistirine Radin, disse para o Free Malaysia Today, que os diretores da escola cometeram um erro e pedem desculpas.
Mistirine disse que a escola não tinha a intenção de publicar isso no seu anuário.
A Malásia está se tornando um país cada vez mais hostil para os seus cidadãos LGBT.
O primeiro ministro do país, que tomou o poder ano retrasado, afirmou que direitos LGBT não são uma preocupação para a Malásia. E os classificou como valores ocidentais.
Líderes da Malásia diversas vezes perseguiram pessoas LGBT. E ataques a pessoas trans está ficando cada vez mais comum.
A terapia de conversão, que procura alterar a identidade de gênero ou sexualidade de uma pessoa, tem sido denunciada por corpos de saúde de todo o mundo.
“Transformando eles em héteros”
No anuário, a escola disse que o programa iria “transformar os alunos em héteros” e construir a confiança deles como homens.
Grupos LGBT e ativistas criticaram muito a escola na internet.
De acordo com a Free Malaysia Today, a parlamentar Maria Chin Abdullah também condenou a existência de terapias de conversão.
Ela disse que isso “reforça a intolerância, pré-suposições errôneas e datadas sobre gênero e orientação sexual”.
“O fato de que o programa se refere a eles como ‘kunyit’ e os chama de ‘fracos’, já demonstra o objetivo desse programa em embaraçar estudantes para que mudem o seu comportamento”, contou ela para o FMT.
O diretor da escola afirmou que pediu a devolução de todos os anuários para reimpressão.
“Os orientadores e conselheiros também prometem oferecer programas mais positivos para limpar o nome desses estudantes” relatou o diretor.
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