Tradução de um texto originalmente postado no Rice.
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No dia primeiro de Março de 2017, foi anunciado que Hong Kong entrou na lista final de cidades que possivelmente sediarão os Jogos Gays de 2022. A candidatura do país são apoiadas tanto pelo painél de Oportunidades Igualitárias assim como da Comissão de Turismo, e estimasse que atrairá cerca de 15.000 competidores – no mesmo nível de participação dos jogos olímpicos.
Os Jogos Gays foram fundados em 1982 por Tom Waddell em São Francisco, e foram originalmente chamados de Olimpíadas Gay. Ele então foi processado pelo Comitê Internacional das Olimpíadas e pelo o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) por usar a palavra “olimpíadas”.

No tribunal, a advogada de Waddell, Mary Dunlap, argumentou que nunca houve problemas com o uso da palavra em outros eventos desde as Olimpíadas Juvenis e Olimpíadas da Polícia até a Olimpíada da Cerveja. Claramente, apontou Dunlap, isso era um caso de discriminação contra pessoas LGBT. Mesmo assim a USOC ganhou, e desde então o evento quadrienal é conhecido como Jogos Gays.
A candidatura de Hong Kong é única já que irá apresentar esportes regionais como Corrida de Barco Dragão e Corrida em Trilha junto com eventos tradicionais. Ela irá também incluir um festival focando em arte e cultura, assim como em conferências.
Apesar de mais e mais atletas profissionais compitam abertamente assumidos, a discriminação ainda continua existindo. Na maioria das vezes, atletas somente saem do armário depois que conseguiram alcançar uma carreira segura e estabelecida. Mesmo assim, a longa história de “piadas de viado” em vestiários ainda continuam a afetar diariamente os atletas.
Hoje, os Jogos Gays apresentam um espaço seguro para atletas gays competirem, ao mesmo tempo mostrando ao mundo que a homossexualidade não os torna diferentes dos outros. É uma plataforma para quebrar esteriótipos, e lembrar a todos os indivíduos gays que eles não estão sozinhos.

Se os jogos de 2022 forem realizados em Hong Kong, irá com certeza encorajar a região a reconsiderar as suas atitudes em relação à homossexualidade. Singapura, por exemplo, é frequentemente comparada a Hong Kong, está precisando muito de novas políticas. Enquanto políticos acreditam que o país não está preparado para abraçar a homossexualidade, ainda precisa-se provar que esses sentimentos realmente refletem a realidade.
Se Hong Kong vencer a candidatura ela será o primeiro país asiático a sediar os jogos. Atualmente a Ásia é o lar de aproximadamente 221 milhões de pessoas LGBT+, muitos ainda lutando pela aceitação pública.
Ao mesmo tempo que ninguém está negando que ainda exista um longo caminho em termos de direitos gays, esses jogos ainda servem como plataforma de ativismo? Parte de uma perspectiva de privilégio questionar se esses jogos, no contexto moderno, se tornam um ato de isolamento de indivíduos gays? Não faria mais sentido nos dias de hoje lutar contra a discriminação de atletas gays nas principais ligas esportivas?
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Links relacionados:
Matéria Original (Em inglês): Hong Kong, Possibly First Asian Country to Host “Gay Olympics”
Com o crescimento da aceitação, chineses gays lutam por direitos